terça-feira, 24 de abril de 2012


Crônica


O Que falta, faz falta.


Desde pequeno me acostumei com uma iguaria que encontrava facilmente pela rua, mas assim como o que é bom dura pouco, as pessoas crescem, a cidade muda, o clima modifica-se, e novas pessoas fazem parte de nossa vida, certo dia em um momento de relembrar as coisas de antigamente, pensei no homem que passava a tardinha lá por casa, com um triângulo tocando uma música cadenciada e contínua, dando a deixa para um movimento automático;

-       Mãe, a senhora pode me dar um dinheiro que o homem está chegando;
-       Que homem, menino !, o homem do “chegadinho”.
-       Eu já estou ouvindo a música, é só um cruzeiro, mãe !

            Como quem já sabia o desfecho balançava a cabeça e me dava o que eu                                  pedia, e então corria para a porta a fim de conseguir chegar a tempo antes             de ele passar direto. Lembrei me dessa época certo dia enquanto visitava         amigos até que ao longe ouvi um som familiar, e é interessante como com             o passar dos anos não deixo de ter a mesma reação de criança, atrás             daquilo que me faz recordar uma das coisas que a infância tinha de bom, pois o que falta, faz falta.

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